As doenças do fígado muitas vezes evoluem de forma silenciosa. Por isso, métodos de diagnóstico que detectam alterações precoces são essenciais para prevenir complicações graves. Um desses métodos é a elastografia hepática ultrassônica Shear Wave, um exame que vem ganhando destaque por sua capacidade de avaliar a rigidez do fígado de forma não invasiva, rápida e eficaz.
Com a crescente demanda por exames de imagem de alta precisão, especialmente em contextos de monitoramento de doenças hepáticas crônicas, a elastografia tornou-se uma aliada fundamental na medicina diagnóstica. Ela é indicada tanto para o rastreio quanto para o acompanhamento de diversas condições hepáticas, evitando em algumas situações que pacientes tenham que se submeter a uma biópsia hepática. Embora a biópsia ainda seja considerada o padrão-ouro para uma avaliação completa, em muitos casos, envolve riscos e desconforto.
Neste artigo, preparado com base nas diretrizes éticas do CFM e nas práticas médicas mais atualizadas, explicaremos o que é a elastografia hepática ultrassônica com técnica Shear Wave (SWE ou elastografia hepática quantitativa por ondas de cisalhamento), como ela funciona, suas principais indicações e por que esse exame pode fazer toda a diferença no cuidado com a saúde do fígado.
O que é a elastografia hepática?
A elastografia hepática é um exame de imagem que avalia o índice de rigidez do fígado. Essa informação é valiosa porque alterações na rigidez podem resultar de danos de longa data causados por hepatite B, hepatite C, medicamentos, doenças autoimunes e outros fatores.
A tecnologia mais recente é a elastografia hepática ultrassônica, que compete com o Fibroscan (ou elastografia transitória) e a Ressonância Magnética (RM). Em relação ao Fibroscan, essa nova tecnologia fornece dados adicionais, como imagens do fígado além dos valores quantitativos de rigidez. Comparada à RM do abdome, é um exame mais prático, sem contraindicações e que dispensa o uso de contraste.
Como funciona o exame?
O procedimento é simples e indolor. O paciente permanece deitado, e o aparelho faz a leitura da rigidez hepática analisando pelo menos 5 amostras, sendo utilizado o valor mediano. O software avalia a velocidade com que o som atravessa o fígado e determina o grau de rigidez do tecido: quanto mais rígido o fígado, maior a velocidade de propagação do som.
No Cantároz, laboratório especializado em diagnóstico por imagem, o exame é realizado pelo Dr. Eduardo de Lamare, referência em Cuiabá, garantindo qualidade da imagem e precisão nos resultados.
Indicações clínicas
A elastografia hepática é indicada em várias situações, como:
- Hepatites virais crônicas (B ou C)
- Doença hepática gordurosa não alcoólica
- Esteato-hepatite não alcoólica (NASH)
- Avaliação pré e pós-tratamento em casos de cirrose
- Monitoramento de pacientes com risco de fibrose hepática
- Triagem em pacientes com alterações nos exames de função hepática
A utilização precoce da elastografia ajuda a minimizar riscos de complicações como insuficiência hepática, hipertensão portal ou até câncer de fígado.
Vantagens em relação a outros métodos
Comparada à biópsia hepática, a elastografia apresenta vantagens:
- Não invasiva: não utiliza agulhas ou cortes;
- Segura: sem risco de sangramento ou infecção;
- Confortável: exame rápido e indolor;
- Alta reprodutibilidade: resultados consistentes;
- Permite acompanhamento frequente: ideal para monitoramento contínuo.
Além disso, por ser um exame de imagem, a elastografia avalia o fígado como um todo, enquanto a biópsia analisa apenas uma amostra localizada.
Elastografia e doenças hepáticas crônicas
Pacientes com doenças crônicas do fígado são os que mais se beneficiam da elastografia. A rigidez hepática é um marcador confiável da presença e grau de fibrose, que pode evoluir para cirrose se não tratada.
A grande vantagem é permitir intervenções precoces, mesmo em pacientes assintomáticos, aumentando as chances de controle da doença, melhora da qualidade de vida e prevenção de complicações.
Interpretação dos resultados
Os resultados são apresentados em Kilopascais (kPa) e categorizados conforme o grau de rigidez:
- Até 5,0 kPa: normal
- 5,1 – 9,0 kPa: baixo risco de fibrose avançada
- 9,1 – 13,0 kPa: sugestivo de doença avançada
- 13,1 – 17,0 kPa: compatível com doença avançada
- >17,0 kPa: doença avançada + provável hipertensão portal
A análise deve ser feita por médico com experiência em hepatologia, já que inflamações agudas ou congestão hepática podem alterar os valores.
Cuidados antes e depois do exame
Não há preparo complexo, mas recomenda-se jejum de 4 horas para evitar interferências. Após o exame, o paciente pode retomar as atividades normalmente. O laudo costuma ser entregue logo após a realização.
Conclusão
A elastografia hepática é um exame moderno, seguro e eficiente na avaliação da saúde do fígado. Sua capacidade de detectar alterações precoces, sem causar danos, a torna uma ferramenta essencial no rastreio e acompanhamento de doenças hepáticas.
Para pacientes com hepatites, esteatose ou outras condições, representa um avanço capaz de mudar o curso da doença. Ao identificar sinais precoces de fibrose ou cirrose, é possível adotar medidas que melhoram o prognóstico e a qualidade de vida.
O laboratório Cantároz oferece o exame com precisão e ética, com equipe preparada para orientar pacientes e médicos no uso da elastografia hepática como aliada no cuidado com o fígado.