A saúde reprodutiva feminina é um aspecto fundamental do bem-estar geral das mulheres. Compreender os exames disponíveis para avaliar essa saúde é essencial, especialmente para aquelas que enfrentam desafios relacionados à fertilidade. Um desses exames é a histerossonossalpingografia, também conhecida como HyCoSy (Hysterosalpingo Contrast Sonography).
Este procedimento tem ganhado destaque na medicina ginecológica por sua eficácia na avaliação da cavidade uterina e das trompas de Falópio, estruturas cruciais para a concepção. Ao utilizar a ultrassonografia transvaginal combinada com um meio de contraste, o exame permite uma visualização detalhada dessas regiões, auxiliando no diagnóstico de possíveis obstruções ou anomalias que possam interferir na fertilidade feminina.
Neste artigo, elaborado com base em informações de fontes confiáveis e respeitando as diretrizes éticas estabelecidas pelo Conselho Federal de Medicina, exploraremos em detalhes o que é a histerossonossalpingografia, como ela é realizada, suas indicações, vantagens em relação a outros exames e os cuidados necessários antes e após o procedimento.
O que é a histerossonossalpingografia?
A histerossonossalpingografia é um exame de imagem que combina a ultrassonografia transvaginal com a introdução de um meio de contraste na cavidade uterina. Essa combinação permite avaliar de forma detalhada a anatomia do útero e a permeabilidade das trompas de Falópio, estruturas essenciais para a fertilização natural.
O procedimento é minimamente invasivo e oferece uma alternativa mais confortável e segura em comparação com a histerossalpingografia tradicional, que utiliza raios X e contraste iodado.
Como o exame é realizado?
A histerossonossalpingografia é um exame delicado e geralmente bem tolerado pelas pacientes. Sua execução segue uma sequência padronizada e cuidadosa para garantir segurança, conforto e precisão diagnóstica.
Momento ideal do ciclo menstrual
O exame costuma ser agendado entre o 6º e o 12º dia do ciclo menstrual, ou seja, após o fim da menstruação e antes do período fértil. Essa janela é escolhida por duas razões principais:
- Endométrio mais fino, o que favorece a visualização da cavidade uterina.
- Menor risco de gravidez no momento do exame, pois o contraste utilizado não é indicado em gestantes.
Preparação e posicionamento
Antes do início do procedimento, a paciente é posicionada em uma maca, em posição ginecológica, semelhante à usada em exames preventivos. Um profissional de saúde pode realizar uma breve orientação prévia, explicando cada etapa para tranquilizar a paciente.
Acesso ao colo do útero
Com o auxílio de um espéculo vaginal, o profissional afasta delicadamente as paredes vaginais para facilitar a visualização do colo do útero. Essa região é então higienizada com uma solução antisséptica para evitar qualquer risco de infecção.
Introdução do cateter e contraste
Na sequência, um cateter fino e flexível é inserido através do colo do útero até alcançar o interior da cavidade uterina. Através desse tubo, é injetado um meio de contraste ecoativo, geralmente à base de microbolhas ou soluções salinas com ar. Esse contraste tem como objetivo destacar visualmente a anatomia interna durante a ultrassonografia, sem provocar reações adversas significativas.
Em alguns casos, pode-se utilizar o Sonovue®, um produto específico para HyCoSy que contém um contraste de microbolhas patenteado, com maior definição e menor desconforto.
Visualização com ultrassonografia
Logo após a introdução da sonda de Cook, é realizada uma ultrassonografia transvaginal, que acompanha em tempo real o trajeto do líquido através do útero e das trompas de Falópio. A passagem fluida do contraste indica trompas permeáveis, enquanto sua retenção ou desvio pode sugerir obstruções ou aderências.
Além da avaliação tubária, o exame também permite:
- Identificar alterações na cavidade uterina, como miomas submucosos ou pólipos endometriais;
- Verificar o formato uterino, detectando malformações como útero septado ou bicorno;
- Avaliar a presença de aderências intrauterinas (sinéquias).
Tempo de duração e sensações comuns
O exame geralmente dura entre 20 e 30 minutos. Embora não exija sedação, algumas pacientes podem sentir cólicas leves durante a injeção do contraste, semelhantes às dores menstruais. Em situações específicas, o médico pode indicar o uso prévio de um analgésico para reduzir o desconforto.
Recuperação imediata
Após o procedimento, a paciente permanece em observação por alguns minutos e, em seguida, pode retornar às suas atividades habituais. É comum ocorrer um leve sangramento vaginal ou pequenos episódios de cólica nas primeiras horas, mas esses sintomas tendem a desaparecer rapidamente.
Indicações principais do exame
- Investigação de infertilidade: Avalia a permeabilidade das trompas de Falópio e identifica possíveis obstruções que possam impedir a fertilização natural.
- Avaliação de anomalias uterinas: Detecta malformações, pólipos, miomas submucosos e aderências que possam interferir na implantação do embrião.
- Monitoramento pós-cirúrgico: Verifica a eficácia de procedimentos cirúrgicos realizados nas trompas ou no útero.
- Planejamento de tratamentos de reprodução assistida: Fornece informações essenciais para a escolha da melhor abordagem terapêutica.
Vantagens em relação à histerossalpingografia tradicional
- Ausência de radiação: Utiliza ultrassonografia em vez de raios X, eliminando a exposição à radiação ionizante.
- Menor risco de reações alérgicas: O contraste utilizado é à base de microbolhas, com menor potencial alergênico em comparação ao contraste iodado.
- Maior conforto para a paciente: O procedimento é menos invasivo e geralmente bem tolerado.
- Avaliação em tempo real: Permite observar a passagem do contraste durante o exame, facilitando a identificação de obstruções ou anomalias.
- Possibilidade de avaliação adicional: Pode ser combinada com outros exames de ultrassonografia para uma análise mais abrangente da pelve.
Cuidados pré e pós-exame
Pré-exame
- Agendamento: O exame deve ser agendado entre o 7º e o 12º dia do ciclo menstrual.
- Abstinência sexual: Recomenda-se abstinência sexual de 48 horas antes do exame.
- Medicação: O médico pode prescrever analgésicos ou antiespasmódicos para reduzir possíveis desconfortos durante o procedimento.
- Informar ao médico: É importante comunicar ao médico sobre possíveis alergias, uso de dispositivos intrauterinos (DIU), gravidez ou infecções ginecológicas.
Pós-exame
- Atividades diárias: A paciente pode retomar suas atividades normais imediatamente após o exame.
- Sintomas leves: Pode ocorrer leve cólica ou pequeno sangramento vaginal, que geralmente desaparecem em poucas horas.
- Sinais de alerta: Caso ocorram febre, dor intensa ou sangramento abundante, é fundamental procurar atendimento médico.
Considerações finais
A histerossonossalpingografia é um exame valioso na avaliação da saúde reprodutiva feminina, especialmente em casos de infertilidade. Sua capacidade de fornecer informações detalhadas sobre a cavidade uterina e as trompas de Falópio, aliada ao conforto e segurança proporcionados pelo uso da ultrassonografia e de contrastes menos agressivos, torna-o uma ferramenta essencial na prática ginecológica moderna.
No Laboratório Cantároz, oferecemos a histerossonossalpingografia com tecnologia de ponta e uma equipe especializada, garantindo precisão nos resultados e cuidado com o bem-estar das pacientes. Se você está em busca de respostas sobre sua saúde reprodutiva, agende uma consulta conosco e conte com nossa expertise para auxiliá-la nessa jornada.